O filósofo Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores do nosso tempo, abre o livro da sua vida. Fala do passado, do seu grande amor, o gosto pela música, pelo cinema e comenta o futuro do país, da Europa e do mundo com uma lucidez, rapidez de raciocínio e vigor raros. Lourenço, que foi distinguido o ano passado com o prémio Vasco Graça Moura e é conselheiro de Estado do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa revela ainda um encantamento com Catarina Martins e Mariana Mortágua, “pequenos Fidel Castros”. No dia em que faz 94 anos, o Expresso republica esta conversa íntima para ouvir no podcast “A Beleza das Coisas”.
PRELÚDIO DE NATAL Tudo principiava pela cúmplice neblina que vinha perfumada de lenha e tangerinas Só depois se rasgava a primeira cortina E dispersa e dourada no palco das vitrinas a festa começava entre odor a resina e gosto a noz-moscada e vozes femininas A cidade ficava sob a luz vespertina pelas montras cercada de paisagens alpinas. David Mourão-Ferreira Natal Divino Natal divino ao rés-do-chão humano, Sem um anjo a cantar a cada ouvido. Encolhido À lareira, Ao que pergunto Respondo Com as achas que vou pondo Na fogueira. O mito apenas velado Como um cadáver Familiar… E neve, neve, a caiar De triste melancolia Os caminhos onde um dia Vi os Magos galopar… Miguel Torga
Comentários
Enviar um comentário